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Tiro esportivo para menores: segurança, legalidade e formação

28 ABR 2025

O tiro esportivo tem conquistado um público cada vez mais diversificado no Brasil, atraindo inclusive adolescentes e jovens interessados na disciplina, na concentração e na precisão que essa modalidade exige.

Muito além de um esporte de alto desempenho, o tiro esportivo se apresenta como uma ferramenta sólida na formação de habilidades como autocontrole e responsabilidade.

Entretanto, a prática por menores de idade ainda gera dúvidas: eles podem participar legalmente do tiro esportivo? A resposta é sim — desde que respeitadas normas específicas estabelecidas pela legislação brasileira.

A seguir, a loja Rio Bravo Armas, de Duque de Caxias (RJ), explica as condições legais, os requisitos exigidos, os benefícios formativos do esporte e os cuidados necessários para a prática segura por adolescentes.

Aspectos legais: o que estabelece a legislação brasileira

A prática do tiro esportivo por menores é regulamentada principalmente pelo Decreto nº 11.615/2023 e pela Portaria nº 166 do COLOG, que detalham os critérios conforme a idade:

  • Menores de 14 anos: a prática com armas, incluindo armas de pressão, é proibida.

  • A partir dos 14 anos: é permitida a prática de atividades recreativas como airsoft e paintball, sem exigência de Certificado de Registro (CR).

  • Entre 14 e 18 anos: a prática de tiro com armas de fogo ou pressão é autorizada, desde que haja decisão judicial favorável e acompanhamento presencial do responsável legal.

  • Dos 18 aos 25 anos: o uso de armas é permitido mediante CR, limitado a armamento de clubes ou entidades de tiro.

  • Acima dos 25 anos: liberado o uso de arma própria para treinamentos e competições.

Exigências para a prática de tiro por adolescentes entre 14 e 18 anos

Para jovens dessa faixa etária (entre 14 e 18 anos), o ingresso no tiro esportivo depende do cumprimento de requisitos rigorosos:

  • Autorização judicial específica, baseada em avaliação psicológica do adolescente.

  • Acompanhamento constante do responsável legal em todos os treinos e competições.

  • Treinamento restrito a clubes autorizados pela Polícia Federal.

  • Utilização apenas de armas do clube ou do responsável legal, nunca de propriedade do menor.

Essas exigências visam assegurar uma prática segura, responsável e em total conformidade com a legislação vigente.

O tiro esportivo como pilar formativo

O tiro esportivo, reconhecido pela Lei Pelé e pela Lei Geral do Esporte, é considerado uma modalidade de base e rendimento. Essa condição reforça a importância da prática na formação de novos atletas.

Contudo, entidades como a CBTE (Confederação Brasileira de Tiro Esportivo) criticam as restrições impostas, alegando que dificultam o desenvolvimento precoce de talentos, diferentemente do que ocorre em outras modalidades olímpicas.

Benefícios do tiro esportivo para adolescentes

Além da formação esportiva, o tiro promove o desenvolvimento de competências valiosas:

  • Coordenação motora refinada e controle dos movimentos.

  • Foco e atenção em condições de pressão.

  • Autocontrole emocional e desenvolvimento da disciplina.

  • Interação social saudável em ambientes competitivos e éticos.

  • Estruturação de base técnica para possíveis carreiras no esporte.

Esses ganhos extrapolam o âmbito esportivo, influenciando positivamente o desenvolvimento integral do jovem.

Como escolher o clube certo para o jovem praticante

A escolha do clube é um passo crucial para garantir uma prática segura e formativa. É fundamental observar:

  • Regularização do clube perante a Polícia Federal e o Exército Brasileiro.

  • Condições estruturais adequadas para a prática do tiro.

  • Instrutores capacitados, habilitados a trabalhar com adolescentes.

  • Compromisso com valores educativos, éticos e de segurança.

A participação ativa da família, acompanhando de perto a trajetória esportiva do jovem, é igualmente indispensável.

Questões jurídicas e exceções possíveis

Embora a prática por menores de 14 anos seja proibida, há margens para solicitações judiciais excepcionais, baseadas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e em princípios constitucionais.

No entanto, esse tipo de autorização é raro e geralmente enfrenta resistência do Judiciário, suscitando debates sobre a formação de talentos no tiro esportivo.

Considerações finais: o tiro esportivo como caminho seguro e educativo

Mesmo diante das restrições, o tiro esportivo oferece a adolescentes uma oportunidade de formação rica e segura, desde que observados todos os requisitos legais.

Com suporte técnico qualificado, estrutura adequada e participação familiar efetiva, o jovem encontra na prática esportiva um ambiente propício para desenvolver competências que farão diferença em sua vida pessoal e futura carreira.

Para saber mais sobre menores de idade no tiro esportivo, acesse: 

https://www.cbte.org.br/90861-2/#:~:text=32%2C%20inciso%20II%2C%20estabelece%20que,de%20quatorze%20anos%20de%20idade%E2%80%9D

https://www.camara.leg.br/noticias/1044003-projeto-impoe-novas-regras-para-menores-de-18-anos-praticarem-tiro-desportivo/


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