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O caso javaporco: como o Brasil combate essa ameaça invasora

05 SEP 2025

A presença dos javaporcos tornou-se um dos principais desafios ambientais e agrícolas no Brasil contemporâneo.

Esses animais, descendentes do cruzamento entre javalis europeus e porcos domésticos, espalharam-se com impressionante rapidez, multiplicando-se em quase todos os biomas do país. Sua força, resistência e alta taxa de reprodução transformaram-nos em uma ameaça difícil de controlar.

Origem da invasão

A chegada dos javalis à América do Sul remonta à década de 1990, quando produtores da Argentina e do Uruguai apostaram na criação do animal para suprir um mercado gourmet de carnes exóticas.

A empreitada fracassou, e muitos exemplares acabaram soltos ou escaparam. Ao entrarem em contato com porcos locais, formou-se o javaporco, híbrido ainda mais agressivo e adaptável.

Prejuízos ambientais e econômicos

Esses animais se deslocam em bandos, devastando áreas agrícolas, destruindo nascentes e comprometendo ecossistemas inteiros. Lavouras de milho, feijão, sorgo, trigo e cana têm sido as mais atingidas, com perdas que podem chegar a 30% da produção.

Além da agricultura, parques ecológicos também sofrem com a invasão, o que afeta o turismo de natureza e ameaça espécies nativas. Outro fator preocupante é a saúde pública: os javaporcos podem facilitar a propagação de doenças como a raiva, transmitida por morcegos que se aproveitam da presença desses animais.

Caça regulamentada

Diante da gravidade do problema, o Ibama liberou, em 2013, a caça controlada do javali e do javaporco. Eles são os únicos animais cuja caça é permitida no Brasil, já que são classificados como invasores prejudiciais à biodiversidade. Para o abate, é necessário uso de armamento adequado, com destaque para a espingarda calibre 12, considerada eficaz contra o couro espesso do animal.

Caçadores autorizados também têm recorrido a recursos modernos, como miras ópticas, rastreadores e armadilhas especializadas. Porém, a reprodução acelerada desses animais — que pode chegar a 150% ao ano — torna insuficiente a simples caça recreativa.

Barreiras físicas e tecnologia

Produtores rurais têm adotado alternativas de proteção. Cercas adaptadas, como as de trama fechada ou eletrificadas de baixa intensidade, mostram-se soluções viáveis para conter os bandos.

Apesar de exigir investimento inicial considerável, essa estratégia garante retorno rápido pela redução significativa das perdas agrícolas em poucas safras.

Legislação e responsabilidades

A criação, transporte e comercialização de javaporcos estão proibidos no território brasileiro. A fiscalização é realizada por órgãos como Ibama, ICMBio e polícias ambientais, mas o apoio da sociedade é indispensável. Ao avistar animais, a orientação é manter distância e comunicar imediatamente as autoridades competentes.

A necessidade de ação integrada

A loja Rio Bravo Armas, de Duque de Caxias (RJ), aponta que o combate ao javaporco só terá sucesso se unir políticas públicas, fiscalização, caça autorizada, barreiras físicas e conscientização da população.

Trata-se de um esforço coletivo e contínuo, capaz de proteger a biodiversidade, assegurar a produção agrícola e garantir mais segurança para as comunidades rurais.

Para saber mais sobre javaporco e caça, acesse: 

https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2024/03/13/carne-gourmet-como-javali-chegou-ao-brasil-e-virou-pior-predador-agricola.htm

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2018/10/12/javaporco-a-ameaca-que-avanca-sem-controle-pelo-brasil.ghtml

Se você se interessou pelo conteúdo, confira também:

https://riobravoarmas.com.br/publicacao/caca_no_brasil


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